Segundo dados de um estudo que buscou evidências de validade na estrutura interna da Escala de Autoeficácia Sexual Feminina (EASF), quatro dimensões foram identificadas e denominadas de desejo-excitação, capacidade de penetração, prazer solitário e assertividade sexual. Os itens agrupados nessas dimensões fazem correspondência à literatura, pois são comportamentos sexuais executáveis a todas as mulheres e corroboram o modelo trifásico da resposta sexual humana. Ao lado disso, a união desses itens agruparam características comuns como a obtenção de prazer, a disponibilidade quanto a práticas sexuais e a adequação necessária para uma penetração vaginal. Além dessa evidência, considera-se importante para um instrumento de medida que ele também apresente informações na relação com construtos distintos para acrescer outras evidências quanto a sua validade. Justamente por tal consideração que este estudo buscou evidências de validade baseada na relação com outras variáveis para a EASF com instrumentos que avaliem depressão, ansiedade, desejo sexual, satisfação sexual e satisfação marital. A amostra foi composta por conveniência, ao todo participaram 183 mulheres de duas universidades e uma clínica de psicologia. Segundo o questionário inicial, as participantes foram dividas em dois grupos, mulheres sem queixas sexuais e mulheres com queixas sexuais. A quantidade de participantes para esses grupos corresponderam a 54% e 46%, respectivamente. Os grupos não diferiram estatisticamente com relação à idade, cuja média foi de 29 anos. Sobre estado civil, 60% eram casadas, 40% solteiras e a escolaridade em 88% dos casos foi a partir de ensino superior incompleto. Além da EASF, os instrumentos utilizados foram os Inventários Beck de Depressão (BDI) e Ansiedade (BAI), Inventário de Desejo Sexual (IDS-2), Escala de Satisfação Sexual Feminina (SSS-W) e Escala Fatorial de Satisfação com o Relacionamento de Casal (EFS-RC). A aplicação foi realizada coletivamente nas universidades e individualmente na clínica, ambas ocorreram em locais apropriados com os cumprimentos éticos exigidos em pesquisa. Para as análises, os escores dos instrumentos e suas dimensões foram computados e submetidos à correlação Pearson, ao nível de significância de 0,05. As correlações foram controladas segundo a divisão dos grupos, medida criada para minimizar os efeitos da variável queixa nas correlações. Os resultados apresentaram associação negativa moderada entre a dimensão assertividade sexual da EASF com BDI e BAI; positiva moderada entre as dimensões desejo-excitação e assertividade sexual, além da própria EASF com SSS-W. Para as dimensões da EASF com as dimensões da SSS-W, correlações positivas moderadas foram encontradas entre prazer solitário com contentamento; capacidade de penetração e assertividade sexual com preocupação pessoal. Estimou-se forte associação positiva entre desejo-excitação da EASF com a dimensão desejo sexual diádico do IDS-2. Não foram encontradas associações da EASF com EFS-RC. De maneira geral para dados da literatura, afirma-se que essas associações forneceram evidências de validade para EASF e suas dimensões. Conclui-se que os construtos avaliados mantiveram as associações esperadas. De maneira específica, indicaram relevantes achados sobre a influência dessas variáveis na autoeficácia sexual feminina. Novos estudos deverão agregar os resultados aqui apresentados.
Título: Evidências de validade baseadas na relação com outras variáveis da Escala de Autoeficácia Sexual Feminina
Autores: Ítor Finotelli Jr.; Oswaldo Martins Rodrigues Jr.; Diego Henrique Viviani; Marilandes Ribeiro Braga; Moara Carvalho
Palavras-Chave: autoeficácia sexual; sexualidade feminina; disfunções sexuais; instrumentos de medida; evidências de validade
Categoria: Trabalhos publicados em eventos científicos
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